Uma duvida frequente de quem procura a equoterapia é como ela funciona, porque são necessários tantos profissionais envolvidos em uma unica sessão?, e se eu tenho um cavalo porque não posso fazer a terapia sozinho?

Do Movimento ao Comportamento, Como o Cavalo Reabilita

O cavalo vem sendo utilizado como instrumento de reabilitação desde a Grécia Antiga, e atualmente desenvolvem-se inúmeras pesquisas ao redor do mundo comprovando a eficiência do uso do cavalo na reabilitação humana.

Os movimentos que o cavalo realiza ao caminhar assemelham-se muito aos movimentos que nós realizamos ao caminhar, e a estes movimentos damos o nome de movimento tridimensional.

Quando caminhamos nos deslocamos para frente e para trás, para cima e para baixo, e para um lado e para o outro. Como ao caminhar o cavalo também realiza estes movimentos, quando estamos montados nosso corpo irá se mexer como se estivéssemos caminhando, os músculos, articulações, ossos, ligamentos, tendões e terminações nervosas receberão este estímulo.

Essas terminações nervosas levam o estimulo recebido até o cérebro, passando pela medula espinhal. Uma vez que o estímulo chegue no cérebro, será processado e devolvido para as terminações nervosas, mais uma vez através da medula espinhal. Quando este estímulo chega nas terminações nervosas do músculo, ocorre uma resposta motora.

Esta resposta motora vai trazendo os benefícios que podemos identificar nos praticantes de equoterapia, como por exemplo: modulação de tônus muscular (espástico e hipotônico), melhora no equilíbrio estático e dinâmico, aumento na força muscular e amplitude de movimentos globais, melhora na percepção corporal.

Muito além da montaria, o cavalo graças ao seu comportamento naturalmente gentil, curioso, delicado e atento; propícia outros benefícios ao praticante durante as sessões de equoterapia

O convívio com um animal tão nobre nos permite vivenciar sentimentos como liberdade, independência, poder,  ao mesmo tempo que nos confronta com nossos medos e limites…são muitas emoções e cada individuo  vivência esse encontro de uma maneira peculiar. O modo com que vai viver este encontro será permeado por  diversos fatores como sua idade, seus limites físicos e intelectuais, que foram constituído através de seu “eu” de sua história de vida, e de sequelas de sua doença,  isto é o que determina  sua constituição psicológica, então cada praticante é um ser único e só o olhar técnico  é possível transformar este encontro em terapia e  o cavalo não apenas em um animal maravilhoso,  mas em um terapeuta capaz de conduzir o praticante a sua plenitude.

Uma Equipe Voltada para o Praticante

A equoterapia é interdisciplinar, e isto significa que diferentes profissionais atuarão em conjunto buscando determinado objetivo, e esta é uma das maiores riquezas da equoterapia.

Quando unimos o psicólogo ao fisioterapeuta em um atendimento por exemplo, estamos buscando um entendimento global do praticante, não estamos tratando “só o corpo” ou “só a mente”. Todos nós somos um conjunto, e para que alcancemos os melhores resultados, temos que buscar a harmonia entre o que nos é biológico e que nos é mental.

Os atendimentos em equipe permitem que os profissionais troquem experiências e diferentes visões sobre os desafios que encontrarão durante os atendimentos, enriquecendo e aprimorando cada profissional, e a cada novo atendimento a equipe torna-se mais entrosada e capacitada, beneficiando o praticante.

Para ser terapia, tem que ser profissional

Como você deve ter notado, a equoterapia não é tão simples como pode parecer quando se olha de longe. É claro, montar a cavalo pode ser uma atividade prazerosa, mas apenas montar a cavalo não constitui a equoterapia, sem os terapeutas montar a cavalo é apenas lazer.

Para que seja realmente terapêutico, este momento é preparado arduamente por todos os profissionais envolvidos, desde o treinador, equitador e condutor dos cavalos, até os terapeutas que devem possuir especialização em equoterapia.

A atividade envolve riscos, como qualquer atividade física, e ainda possui contra-indicações como qualquer método terapêutico. Quando executada por pessoas não qualificadas a equoterapia pode comprometer a saúde do praticante, levando a casos como luxações de quadril que serão corrigidas apenas com cirurgia. Além de aumentar o risco de quedas e acidentes causados pelo manejo errado com o cavalo.

Os profissionais tem a obrigação de zelar pelo melhor do praticante avaliando possíveis casos de contra-indicação, reavaliando periodicamente cada caso, desenvolvendo estratégias terapêuticas e mantendo-se atualizados.